terça-feira, 13 de agosto de 2013

LITERATURA


Alunas: Jenifher Coelho
                Regina Galeno

Graciliano e suas “vidas secas”
A luta pela sobrevivência
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
Os abalos sofridos pelo povo brasileiro em torno dos acontecimentos de 1930, a crise econômica provocada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, a crise cafeeira, a Revolução de 1930, o acelerado declínio do nordeste condicionaram um novo estilo ficcional, notadamente mais adulto, mais amadurecido, mais moderno que se marcaria pela rudeza, por uma linguagem mais brasileira, por um enfoque direto dos fatos, por uma retomada do naturalismo, principalmente no plano da narrativa documental, temos também o romance nordestino, liberdade temática e rigor estilístico.
Os romancistas de 30 caracterizavam-se por adotarem visão crítica das relações sociais, regionalismo ressaltando o homem hostilizado pelo ambiente, pela terra, cidade, o homem devorado pelos problemas que o meio lhe impõe.
O AUTOR
Graciliano Ramos (1892-1953) nasceu em Quebrangulo, Alagoas. Estudou em Maceió, mas não cursou nenhuma faculdade. Após breve estada no Rio de Janeiro como revisor dos jornais "Correio da Manhã e A Tarde", passou a fazer jornalismo e política elegendo-se prefeito em 1927.
Foi preso em 1936 sob acusação de comunista e nesta fase escreveu "Memórias do Cárcere", um sério depoimento sobre a realidade brasileira. Depois do cárcere morou no Rio de Janeiro. Em 1945, integrou-se no Partido Comunista Brasileiro.
Graciliano estreou em 1933 com "Caetés", mas é SãoBernado, verdadeira obra prima da literatura brasileira. Depois vieram "Angustia" (1936) e Vidas Secas (1938) inspirando-se em Machado de Assis.
A OBRA
Vidas Secas é um romance de Graciliano Ramos, escrito entre 1937 e 1938, publicado originalmente em 1938. O livro, narrado em terceira pessoa, aborda uma família de retirantes do sertão brasileiro, sendo a sua vida sub-humana condicionada diante de problemas sociais como a seca, a pobreza, e a fome, e, consecutivamente, no caleidoscópio de sentimentos e emoções que essa sua condição lhe obriga a viver, ao procurar meios de sobrevivência, criando, assim, uma ligação ainda muito forte com a situação social do Brasil hoje.
A obra de Graciliano pode ser considerada um marco para a literatura brasileira, em especial o Modernismo Brasileiro, visto que há a implícita (e, em alguns casos, até explícita) crítica social a toda pobreza no sertão nordestino, que atinge uma boa parcela da população, e que, de fato, acaba por prejudicar todo o país, impedindo maiores desenvolvimentos. Há a tentativa, portanto, de se mostrar a desarticulação dessa região com o resto do país (um Brasil pobre dentro de todo o Brasil).
O livro consegue desde o título mostrar a desumanização que a seca promove nos personagens, cuja expressão verbal é tão estéril quanto o solo castigado da região. A miséria causada pela seca, como elemento natural, soma-se à miséria imposta pela influência social, representada pela exploração dos ricos proprietários da região.
Vidas Secas é um romance cíclico. São 13 capítulos independentes. Inicia-se com uma mudança e termina com a fuga. Esta família vaga pela caatinga tentando chegar a algum lugar, mas podem estar perdidos, andando em círculo.

ESTUDO DOS PERSONAGENS

Baleia - cadela da família, tratado como gente, muito querido pelas crianças.
Sinhá Vitória - mulher de Fabiano, sofrida, mãe de 2 filhos, lutadora e inconformada com a miséria em que vivem, trabalha muito na vida.
Fabiano - nordestino pobre, ignorante que desesperadamente procura trabalho, bebe muito e perde dinheiro no jogo.
Filhos - crianças pobres sofridas e que não tem noção da própria miséria que vivem.
Patrão - contratou Fabiano para trabalhar em sua fazenda, era desonesto e explorava os empregados.

ANÁLISE DAS IDÉIAS

Comentário Crítico:
Esse livro retrata fielmente a realidade brasileira não só da época em que o livro foi escrito, mas como nos dias de hoje tais como injustiça social, miséria, fome, desigualdade, seca, o que nos remete a ideia de que o homem se animalizou sob condições sub-humanas de sobrevivência.

RESUMO DA OBRA

Mudança
Em meio à paisagem hostil do sertão nordestino, quatro pessoas e uma cachorrinha se arrastam numa peregrinação silenciosa _ _ . O menino mais velho, exausto da caminhada sem fim, deita-se no chão, incapaz de prosseguir, o que irrita Fabiano, seu pai, que lhe  dá estocadas com a faca no intuito de fazê-lo levantar. Compadecido da situação do pequeno, o pai toma-o nos braços e carrega-o, tornando a viagem ainda mais modorrenta _ .
A cadela Baleia acompanha o grupo de humanos agora sem a companhia do outro animal da família, um papagaio, que fora sacrificado na véspera a fim de aplacar a fome que se abatia sobre aquelas pessoas. Na verdade, era um papagaio estranho, que pouco falava, talvez porque convivesse com gente que também falava pouco _ _ .
Errando por caminhos incertos, Fabiano e família encontram uma fazenda completamente abandonada. Surge a intenção de se fixar por ali. Baleia aparece com um preá entre os dentes, causando grande alegria aos seus donos. Haveria comida. Descendo ao bebedouro dos animais, em meio à lama, Fabiano consegue água. Há uma alegria em seu coração, novos ventos parecem soprar para a sua família. Pensa em Seu Tomás da bolandeira.  Pensa na mulher e nos filhos.
A inesperada caça é preparada, o que garante um rápido momento de felicidade ao grupo. No céu, já escuro, uma nuvem - sempre um sinal de esperança. Fabiano deseja estabelecer-se naquela fazenda. Será o dono dela. A vida melhorará para todos _ .

PROBLEMAS COM A SECA NO NORDESTE
-Dificuldade no desenvolvimento da agricultura e do gado (falta de recursos econômicos)
-Falta de recursos econômicos gera fome e miséria
A seca, além de ser um problema climático, é uma situação que gera dificuldades sociais para as pessoas que habitam a região. Com a falta de água, torna-se difícil o desenvolvimento da agricultura e a criação de animais. Desta forma, a seca provoca a falta de recursos econômicos, gerando fome e miséria no sertão nordestino. Muitas vezes, as pessoas precisam andar durante horas, sob Sol e calor forte, para pegar água, muitas vezes suja e contaminada. Com uma alimentação precária e consumo de água de péssima qualidade, os habitantes do sertão nordestino acabam vítimas de muitas doenças.
O desemprego nesta região também é muito elevado, provocando o êxodo rural (saída das pessoas do campo em direção as cidades). Muitas habitantes fogem da seca em busca de melhores condições de vida nas cidades.
Estas regiões ficam na dependência de ações públicas assistencialistas que nem sempre funcionam e, mesmo quando funcionam, não gera condições para um desenvolvimento sustentável da região.
A seca que atingiu o nordeste no começo de 2012 foi a pior dos últimos 30 anos. A região mais afetada foi o semiárido nordestino, principalmente do estado da Bahia. Neste estado, cerca de 230 municípios foram atingidos. Municípios de Alagoas e Piauí também sofreram com a falta de chuvas. A seca trouxe muito prejuízo para as principais fontes de renda da região: pecuária e agricultura de milho e feijão. 
AÇÕES PARA DIMINUIR O IMPACTO DA SECA
Construções de cisternas, açudes e barragens;
Investimentos em infraestrutura na região;
Distribuição de água através de carros-pipa em épocas de estiagem (situações de emergência);
Incentivo público à agricultura adaptada ao clima e solo da região, com sistemas de irrigação.
Transposição do São Francisco.








Situação do mundo
O mundo estava em conflito. Tínhamos acabado de sair da primeira grande guerra que abalou o mundo inteiro. A fome e a miséria tomaram conta de muitas nações, inclusive de soldados que estavam em combate; estes viviam em condições precárias, passavam fome e sede. Para completar esse caos, em 1929 houve a quebra da Bolsa de valores de Nova Iorque provocada pela crise de produção (produzia-se muito e consumia-se pouco). Com essa quebra os Estados Unidos deixaram de produzir e exportar seus produtos, agravando ainda mais o quadro econômico do mundo todo.
A crise de 29 produziu efeitos devastadores no mundo criando o caldo de cultura em que se desenvolveria o totalitarismo (partidos de esquerda) em muitos países.
No século 19 a maioria dos países viviam o Liberalismo, onde o Estado só criava regras para organizar a sociedade. Porém, no início do séc. 20 o desequilíbrio socioeconômico provocado pela guerra levaram muitos países a repensar sua posição política; e é nesse contexto que surge o totalitarismo com repressão e violência política (Facismo e Nazismo).
Nesse período, a temática do mundo era a fome.
Toda essa situação acaba desencadeando a segunda guerra mundial que tem um fim trágico com a explosão da bomba atômica nas duas cidades japonesas, Hiroshima e Nagasaki, provocando a morte de milhares de pessoas, além se proliferar doenças degenerativas.
No Brasil, todos esses problemas foram refletidos e estávamos passando pela época que ficou conhecida como “Era Vargas”. Foi um período de censura e repressão política em meio ao caos da crise das oligarquias.
A segunda geração modernista
A segunda geração modernista se inicia em 1930 na “Era Vargas”. Esse período significou uma conciliação entre setores agrários e setores urbanos, provocados pelos movimentos militares (tenentismo e coluna prestes, defendiam reformas como o voto secreto, centralização do poder, ensino primário e profissional obrigatórios), pela crise política das Oligarquias e pela crise de 1929 com a quebra da Bolsa de valores em Nova Iorque.
Do ponto de vista dos significados de conteúdos, vemos a preocupação nacionalista na medida em que o Brasil passou a ser visto não “em si”, mas no contexto universal do sistema capitalista que faz parte.
Construção e dimensão universalista são os elementos fundamentais da nossa segunda geração modernista, cujo poeta e obra que destacamos vamos apresentá-los.








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