Alunas: Jenifher Coelho
Regina Galeno
Graciliano e suas “vidas
secas”
A luta pela
sobrevivência
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
Os abalos sofridos pelo povo brasileiro em torno dos acontecimentos de
1930, a crise econômica provocada pela quebra da bolsa de valores de Nova
Iorque, a crise cafeeira, a Revolução de 1930, o acelerado declínio do nordeste
condicionaram um novo estilo ficcional, notadamente mais adulto, mais
amadurecido, mais moderno que se marcaria pela rudeza, por uma linguagem mais
brasileira, por um enfoque direto dos fatos, por uma retomada do naturalismo,
principalmente no plano da narrativa documental, temos também o romance
nordestino, liberdade temática e rigor estilístico.
Os romancistas de 30 caracterizavam-se por adotarem visão crítica das
relações sociais, regionalismo ressaltando o homem hostilizado pelo ambiente,
pela terra, cidade, o homem devorado pelos problemas que o meio lhe impõe.
O AUTOR
Graciliano Ramos
(1892-1953) nasceu em Quebrangulo, Alagoas. Estudou em Maceió, mas não cursou
nenhuma faculdade. Após breve estada no Rio de Janeiro como revisor dos jornais
"Correio da Manhã e A Tarde", passou a fazer jornalismo e política
elegendo-se prefeito em 1927.
Foi preso em 1936
sob acusação de comunista e nesta fase escreveu "Memórias do
Cárcere", um sério depoimento sobre a realidade brasileira. Depois do
cárcere morou no Rio de Janeiro. Em 1945, integrou-se no Partido Comunista
Brasileiro.
Graciliano estreou
em 1933 com "Caetés", mas é SãoBernado, verdadeira obra prima da
literatura brasileira. Depois vieram "Angustia" (1936) e Vidas Secas
(1938) inspirando-se em Machado de Assis.
A OBRA
Vidas Secas é um romance de Graciliano
Ramos, escrito entre 1937 e 1938,
publicado originalmente em 1938. O livro, narrado em terceira pessoa, aborda
uma família de retirantes do sertão brasileiro, sendo a sua vida
sub-humana condicionada diante de problemas sociais como a seca,
a pobreza,
e a fome,
e, consecutivamente, no caleidoscópio de sentimentos e emoções que essa sua
condição lhe obriga a viver, ao procurar meios de sobrevivência, criando,
assim, uma ligação ainda muito forte com a situação social do Brasil hoje.
A
obra de Graciliano pode ser considerada um marco para a literatura brasileira, em especial o
Modernismo Brasileiro, visto que há a implícita (e, em alguns casos, até
explícita) crítica social a toda pobreza no sertão nordestino, que
atinge uma boa parcela da população, e que, de fato, acaba por prejudicar todo
o país, impedindo maiores desenvolvimentos. Há a tentativa, portanto, de se
mostrar a desarticulação dessa região com o resto do país (um Brasil pobre
dentro de todo o Brasil).
O
livro consegue desde o título mostrar a desumanização que a seca promove nos
personagens, cuja expressão verbal é tão estéril quanto o solo castigado da
região. A miséria causada pela seca, como elemento natural, soma-se à miséria
imposta pela influência social, representada pela exploração dos ricos
proprietários da região.
Vidas
Secas é um romance cíclico. São 13 capítulos independentes. Inicia-se com uma
mudança e termina com a fuga. Esta
família vaga pela caatinga tentando chegar a algum lugar, mas podem estar
perdidos, andando em círculo.
ESTUDO DOS PERSONAGENS
Baleia - cadela da família, tratado como
gente, muito querido pelas crianças.
Sinhá Vitória - mulher de Fabiano, sofrida, mãe de 2 filhos, lutadora e inconformada com a miséria em que vivem, trabalha muito na vida.
Fabiano - nordestino pobre, ignorante que desesperadamente procura trabalho, bebe muito e perde dinheiro no jogo.
Filhos - crianças pobres sofridas e que não tem noção da própria miséria que vivem.
Patrão - contratou Fabiano para trabalhar em sua fazenda, era desonesto e explorava os empregados.
Sinhá Vitória - mulher de Fabiano, sofrida, mãe de 2 filhos, lutadora e inconformada com a miséria em que vivem, trabalha muito na vida.
Fabiano - nordestino pobre, ignorante que desesperadamente procura trabalho, bebe muito e perde dinheiro no jogo.
Filhos - crianças pobres sofridas e que não tem noção da própria miséria que vivem.
Patrão - contratou Fabiano para trabalhar em sua fazenda, era desonesto e explorava os empregados.
ANÁLISE DAS IDÉIAS
Comentário Crítico:
Esse livro retrata
fielmente a realidade brasileira não só da época em que o livro foi escrito,
mas como nos dias de hoje tais como injustiça social, miséria, fome, desigualdade,
seca, o que nos remete a ideia de que o homem se animalizou sob condições
sub-humanas de sobrevivência.
RESUMO DA OBRA
Mudança
Em meio à paisagem
hostil do sertão nordestino, quatro pessoas e uma cachorrinha se arrastam numa
peregrinação silenciosa _ _ . O menino mais velho, exausto da caminhada sem
fim, deita-se no chão, incapaz de prosseguir, o que irrita Fabiano, seu pai,
que lhe dá estocadas com a faca no intuito de fazê-lo levantar.
Compadecido da situação do pequeno, o pai toma-o nos braços e carrega-o,
tornando a viagem ainda mais modorrenta _ .
A cadela Baleia
acompanha o grupo de humanos agora sem a companhia do outro animal da família,
um papagaio, que fora sacrificado na véspera a fim de aplacar a fome que se
abatia sobre aquelas pessoas. Na verdade, era um papagaio estranho, que pouco
falava, talvez porque convivesse com gente que também falava pouco _ _ .
Errando por
caminhos incertos, Fabiano e família encontram uma fazenda completamente
abandonada. Surge a intenção de se fixar por ali. Baleia aparece com um preá
entre os dentes, causando grande alegria aos seus donos. Haveria comida.
Descendo ao bebedouro dos animais, em meio à lama, Fabiano consegue água. Há
uma alegria em seu coração, novos ventos parecem soprar para a sua família.
Pensa em Seu Tomás da bolandeira. Pensa na mulher e nos filhos.
A inesperada caça
é preparada, o que garante um rápido momento de felicidade ao grupo. No céu, já
escuro, uma nuvem - sempre um sinal de esperança. Fabiano deseja estabelecer-se
naquela fazenda. Será o dono dela. A vida melhorará para todos _ .
PROBLEMAS
COM A SECA NO NORDESTE
-Dificuldade no
desenvolvimento da agricultura e do gado (falta de recursos econômicos)
-Falta de recursos econômicos gera fome e miséria
A seca, além de ser um problema
climático, é uma situação que gera dificuldades sociais para as pessoas que
habitam a região. Com a falta de água, torna-se difícil o desenvolvimento da agricultura e
a criação de animais. Desta forma, a seca provoca a falta de recursos
econômicos, gerando fome e miséria no sertão nordestino. Muitas vezes, as
pessoas precisam andar durante horas, sob Sol e calor
forte, para pegar água, muitas vezes suja e contaminada. Com uma alimentação
precária e consumo de água de péssima qualidade, os habitantes do sertão
nordestino acabam vítimas de muitas doenças.
O desemprego nesta região também é muito
elevado, provocando o êxodo rural (saída das pessoas do campo em direção as
cidades). Muitas habitantes fogem da seca em busca de melhores condições de
vida nas cidades.
Estas regiões ficam na dependência de ações
públicas assistencialistas que nem sempre funcionam e, mesmo quando funcionam,
não gera condições para um desenvolvimento sustentável da região.
A seca que atingiu o nordeste no
começo de 2012 foi a pior dos últimos 30 anos. A região mais afetada foi o
semiárido nordestino, principalmente do estado da Bahia. Neste estado, cerca de
230 municípios foram atingidos. Municípios de Alagoas e Piauí também sofreram
com a falta de chuvas. A seca trouxe muito prejuízo para as principais fontes
de renda da região: pecuária e agricultura de milho e feijão.
AÇÕES PARA DIMINUIR O
IMPACTO DA SECA
Construções de cisternas, açudes e
barragens;
Investimentos em infraestrutura na região;
Investimentos em infraestrutura na região;
Distribuição de água através de
carros-pipa em épocas de estiagem (situações de emergência);
Incentivo público à agricultura adaptada ao clima e solo da região, com sistemas de irrigação.
Incentivo público à agricultura adaptada ao clima e solo da região, com sistemas de irrigação.
Transposição do São Francisco.
Situação do mundo
O mundo estava em conflito. Tínhamos acabado de sair da primeira grande
guerra que abalou o mundo inteiro. A fome e a miséria tomaram conta de muitas
nações, inclusive de soldados que estavam em combate; estes viviam em condições
precárias, passavam fome e sede. Para completar esse caos, em 1929 houve a
quebra da Bolsa de valores de Nova Iorque provocada pela crise de produção
(produzia-se muito e consumia-se pouco). Com essa quebra os Estados Unidos
deixaram de produzir e exportar seus produtos, agravando ainda mais o quadro
econômico do mundo todo.
A crise de 29 produziu efeitos devastadores no mundo criando o caldo de
cultura em que se desenvolveria o totalitarismo (partidos de esquerda) em
muitos países.
No século 19 a maioria dos países viviam o Liberalismo, onde o Estado só
criava regras para organizar a sociedade. Porém, no início do séc. 20 o
desequilíbrio socioeconômico provocado pela guerra levaram muitos países a
repensar sua posição política; e é nesse contexto que surge o totalitarismo com
repressão e violência política (Facismo e Nazismo).
Nesse período, a temática do mundo era
a fome.
Toda essa situação acaba desencadeando a segunda guerra mundial que tem um
fim trágico com a explosão da bomba atômica nas duas cidades japonesas,
Hiroshima e Nagasaki, provocando a morte de milhares de pessoas, além se
proliferar doenças degenerativas.
No Brasil, todos esses problemas foram refletidos e estávamos passando
pela época que ficou conhecida como “Era Vargas”. Foi um período de censura e
repressão política em meio ao caos da crise das oligarquias.
A segunda geração
modernista
A segunda geração modernista se inicia em 1930 na “Era Vargas”. Esse
período significou uma conciliação entre setores agrários e setores urbanos,
provocados pelos movimentos militares (tenentismo e coluna prestes, defendiam
reformas como o voto secreto, centralização do poder, ensino primário e
profissional obrigatórios), pela crise política das Oligarquias e pela crise de
1929 com a quebra da Bolsa de valores em Nova Iorque.
Do ponto de vista dos significados de conteúdos, vemos a preocupação
nacionalista na medida em que o Brasil passou a ser visto não “em si”, mas no
contexto universal do sistema capitalista que faz parte.
Construção e dimensão universalista são os elementos fundamentais da nossa
segunda geração modernista, cujo poeta e obra que destacamos vamos
apresentá-los.
Nenhum comentário:
Postar um comentário